Desenvolvimento mediúnico?

Que tal se a gente falasse um pouco sobre desenvolvimento mediúnico? Muitas religiões ou filosofias (tá, eu sei… não são exatamente filosofias, mas o pessoal gosta de usar esse nome, não é mesmo?) utilizam em seu dia-a-dia, seu jeito de ser, algum tipo de contato “espiritual”. Seja em forma de incorporação, como na umbanda, de possessão, como no candomblé ou de intuição, como no Kardecismo, o contato espiritual está no cerne destas doutrinas, sendo o grande atrativo delas e o motivo pelo qual seus adeptos alteram suas vidas. Claro, estamos partindo do pressuposto de que realmente existam essas “criaturas”, esses espíritos e também partimos do pressuposto que, eles existindo, também exista a possibilidade de algum tipo de contato entre o mundo material e o mundo espiritual. Aqui começam algumas diferenciações entre as doutrinas, que tem a ver com a forma como eles encaram essa situação: Algumas doutrinas partem do princípio que esse contato é algo natural em todos nós; Outras doutrinas entendem que certas pessoas nascem com algum tipo de habilidade que propicia esse contato e; Um terceiro tipo de doutrina compreende que o contato só é realizado com certas palavras mágicas e movimentos coreografados. De uma forma ou de outra, em geral o que se defende a partir disso é que o adepto precisa de um tempo de aprendizado para, ao menos, conseguir “controlar” essa capacidade e é a esse tempo que costumamos chamar de “desenvolvimento mediúnico”, cujo período pode ser mais ou menos curto, durar alguns dias ou anos, dependendo da forma como o líder do grupo vê a situação e o que ele aprendeu ao longo de sua própria jornada. Agora, eu gostaria de fazer uma provocação: Você já parou para pensar, por um minuto, o que está DE FATO acontecendo ali? Quer dizer, todos nós já ouvimos histórias de fantasmas e espíritos, a maioria de nós que frequenta o WeMystic tem conhecimento em vários graus sobre isso e tem uma certa fé na existência e contato espiritual, cada um a seu jeito. Independentemente disso, nós precisamos tentar nos manter racionais e compreender que o que fazemos é, no fim das contas, uma experiência interna: existindo ou não existindo espíritos, o que nos ocorre é algo que macula de alguma forma nosso corpo, que se manifesta através de nosso corpo. Então a pergunta é: e se esses contatos, no fim das contas, não forem espirituais? Isso! E se não forem? Eu sei que parece um choque, mas pense por um minuto que nada se prova (a não ser através de experiências pessoais, que não constituem provas) da existência de espíritos, mas de fato, algo acontece ali, não é? Pois é… vamos deixar de lado um pouco nossas crenças e vamos tentar pensar além delas: O que acontece no desenvolvimento mediúnico se, por acaso, não existirem espíritos? Para entender isso, precisamos compreender o cérebro. Nosso cérebro tem uma espécie de válvula de escape para momentos com grandes entradas de informação, chamada “dissociação”. Essa dissociação acontece quando a gente está no meio de um monte de coisa acontecendo, então nosso cérebro se sobrecarrega e dá uma leve desligada. Quem já viajou de ônibus e ficou olhando pela janela sabe exatamente o que é isso, porque sabe que, em algum momento, a mente simplesmente apaga. Esse apagão é uma dissociação que acontece por conta do tanto de estímulos que passam e precisam ser processados pelo cérebro, no caso, o tanto de informação que vem do lado de fora do ônibus. Quando estamos em um terreiro, centro ou coisa assim, também estamos sendo sobrecarregados por um monte de informações: música, aromas, imagens, pessoas, roupas… que são diferentes do que vemos costumeiramente e isso faz nosso cérebro, em algum momento, principalmente quando estamos sendo estimulados pelo rito em si, apagar também. Só que a gente não pode simplesmente “apagar” do nada, porque nós precisamos estar alertas para as coisas da vida, lembrando que somos primatas recém saídos da floresta, então nosso cérebro tem um “equipamento salva vidas” que a gente costuma chamar de “assunção arquetípica”, ou seja, nesse momento de apagão do cérebro, uma parte um pouco mais inconsciente nos manda informações que já estão gravadas nele a fim de que consigamos continuar nos protegendo, só que essas informações pré-gravadas nos fazem agir de formas estereotipadas, meio automáticas, que nós podemos distinguir ou reconhecer a partir de um arquétipo qualquer de nossas vidas. Quando em uma religião, esses arquétipos nos são ensinados e são impressos em nosso inconsciente exatamente pela repetição, num sistema chamado de “potenciação de longo prazo”, muito parecido com o que a gente faz quando dirige um carro ou executa uma dança, toca um instrumento ou escreve no computador sem olhar o teclado: essas informações são gravadas em nosso cérebro e ficam lá guardadas. Quando precisamos, elas são “puxadas” para fora e então executamos a ação sem pensar muito nisso. Isso é exatamente o que chamamos de “incorporar” e o processo de desenvolvimento é exatamente para criar essa “rotina” em nossos cérebros. Por isso em sistemas mais modernos de Magia, nós conseguimos trabalhar assunções de personagens da cultura pop, por exemplo: porque conseguimos gravar em nosso inconsciente informações suficientes para criarmos um arquétipo desse personagem e trabalhar com ele, ou seja, a gente pode, segundo a Pop Magick, incorporar o Batman. Nas religiões, esses arquétipos são impostos a nós. Na Magia, eles são criados pelo próprio Mago, num processo chamado “assunção”. Quem está por dentro dos recantos da Magia já ouviu falar sobre “Assunção de Forma Deus” e é exatamente isso: “incorporar” deus. Esse tipo de desenvolvimento a gente costuma fazer no Nosso Templo, aqui em São Paulo e, depois de explicar todos os gatilhos e o funcionamento, vemos os magistas trabalhando com os mais diferentes arquétipos, de acordo com o trabalho que eles precisam realizar. Se você quiser saber mais sobre isso, que tal bater um papo com a gente? Ache a gente no instagram @nossotemplosp.
Espiritualidade que Cura

Nos últimos vídeos do meu canal eu venho trazendo questões que nos são muito sensíveis, dado que, por diversas vezes, eu faço afirmações e trago fontes que as corroboram, que a existência de vida pós morte não é tão real quanto você pode imaginar. Na verdade, ela não é nada real.
Entretanto, também faço outra afirmação que deixa bastante gente confusa. Em geral, eu digo que espíritos não existem, mas incorporar um pode trazer grandes benefícios terapêuticos, lembram? Ao longo dos últimos tempos, tenho reforçado esta questão; embora não existam espíritos, isso não quer dizer que não possamos encará-los e trabalhar com eles.
Confuso?
Mediunidade e esquizofrenia?

Muitos de vocês, novos visitantes aqui do site, que acompanham o crescimento das iniciativas e atividades que costumo fazer não sabem, mas eu já fui religioso. Sim, pode apostar. Fui religioso e bastante religioso. Não posso dizer que fui um bom cristão; embora eu tenha feito todas aquelas iniciações típicas, como o batismo, primeira comunhão e crisma, eu ia nessas aulas meio que para poder tocar na banda da igreja e tudo o mais. Agora… depois dos meus 22 anos, eu comecei a frequentar a umbanda e aí a coisa mudou de figura. Caí de cabeça no estudo da mediunidade, fiz curso na Federação Espírita do Estado de São Paulo, fui médium de incorporação, dei passe por quase dez anos até que abri, junto com a minha esposa na época, um terreiro, no qual compartilhávamos a liderança. Nesse tempo de umbanda, eu comecei a escrever alguns artigos para um blogue que, com o tempo, acabou ganhando muita fama; foi o precursor do canal do youtube e, nesse tempo, comecei a ouvir uma coisa que sempre me intrigou: “você diz que fala com espíritos? Isso é esquizofrenia“. Hoje, como sou neuropsicólogo, consigo falar bem melhor sobre isso. Antes de mais nada eu gostaria de trazer um ponto a vocês que espero que exemplifique a diferença de um Mago e um religioso e não vou fazer isso para me mostrar superior ou mostrar que alguém está errado; vou fazer isso pra mostrar o tipo de postura que você também precisa ter frente a certas questões se você realmente quer continuar nesse caminho do adepto: quando eu ouvia, anos atrás, sobre esse assunto, que por falar com espíritos eu era esquizofrênico, eu não tomei uma postura defensiva de rechaçar a ideia. Isso porque, na época, me faltava informação. Eu não sabia muito bem o que era esquizofrenia, não tinha ferramentas suficientes para afirmar ou negar uma situação dessas e, por isso, decidi pesquisar a respeito, em vez de agir com violência para com os acusadores, mesmo sabendo que a acusação era só fruto do preconceito. Hoje acontece coisa muito parecida com relação a questão Mágicka e vocês devem saber do que estou falando: sempre que apareço em algum podcast grande isso acaba aparecendo; um bando de gente falando sobre o que não sabe para rechaçar ou diminuir outra coisa sobre a qual eles sabem menos ainda. O ser humano é assim e em nossa terra brasilis vemos isso se fortalecendo cada vez mais, na mesma proporção que o ensino formal fracassa. Mas não é sobre isso que quero falar. Vamos ver se mediunidade é mesmo esquizofrenia, mas vamos fazer isso do jeito certo, tudo bem? Compreendendo o que é esquizofrenia, o que é mediunidade e vendo se elas têm relação. MEDIUNIDADE O primeiro desafio desta nossa peregrinação é definir o que é mediunidade. Isso acontece basicamente porque mediunidade não é uma ciência, não é uma coisa que se possa medir ou colocar em aparelhos; é basicamente construída de forma cultural por conta de certas crenças pessoais, baseada em outros relatos pessoais, baseadas em incompreensão de fatos ocorridos. Por conta disso, qualquer informação que eu der aqui pode ser, de certa forma, refutada por qualquer outra pessoa que pense trabalhar com isso. Como crença, a explicação sobre o fenômeno é basicamente pessoal e se eu fugir da explicação pessoal, como certamente acontecerá porque eu não sou você, você vai estranhar e dizer que estou errado. E de fato estarei, pois como a mediunidade não é algo científico, não temos como estar certos. Claro que esta conclusão é exatamente oposta a conclusão da maioria, mas eu sou Mago, sou estudioso do universo e já me acostumei a estar nesse papel. Bom, mas como prosseguir então, no meio desta situação? Vou fazer o seguinte: vou pegar algumas referências de peso dentro do estudo bem entre aspas do fenômeno e me basear no que eles falam. Assim, se você discordar da definição, pode ir reclamar com eles, tudo bem? Bom, segundo a Sociedade Brasileira de Estudos Espíritas, “Para a Doutrina Espírita, a mediunidade não deve ser vista como “transe”. Mediunidade é sintonia e troca de experiência entre espíritos desencarnados e encarnados. Não há perda de consciência, não há anulação. Há soma das experiências das partes envolvidas, trazendo superação“. Bom… isso não nos diz muita coisa sobre o que a coisa é. Meu querido Alexandre Cumino vai definir a mediunidade em um texto em seu facebook como “Mediunidade é a capacidade ou o dom de se comunicar de alguma forma com outras realidades! Esta comunicação pode ser com espíritos ou com outras formas de vida e consciência. Isso também não nos diz muito. Quer dizer, acho que está claro que a mediunidade seria uma espécie de faculdade que faz com que as pessoas que estão vivas, tratadas geralmente como “encarnados”, conversem com pessoas que não estão mais vivas, tratados geralmente como “desencarnados”. O problema aqui é que isso não nos diz COMO a coisa acontece, só diz que acontece. Edgard Armond, que foi responsável pela implantação da Federação Espírita do Estado de São Paulo (FEESP) e sistematizou o estudo da Doutrina em termos evangélicos e estabeleceu cursos para auxiliar o desenvolvimento de médiuns, cita em seu livro “mediunidade” que essa busca que estou fazendo é inútil, dado que a mediunidade não se demonstra em termos orgânicos. Cito dele: “Mas quanto à faculdade em si mesma julgamo-la tôda espiritual, não orgânica, e todos nós a possuímos e a estamos exercendo, nos limites de nossas possibilidades próprias.” Cara… que balaio de gato que eu fui me meter… eu, como neuropsicólogo, não consigo conceber algo que faça nosso corpo ter uma resposta sem que passe pelo meio biológico. Quer dizer: se você ouve alguma coisa, mesmo que seja só em sua mente, você ouve porque um conjunto de neurônios se move (figurativamente) para isso. Se seu braço se move, por mais que seja quando alguém te obriga a fazer isso, há uma resposta neurológica, ou seja, biológica. Procurei, então, explicações
Por que a Umbanda funciona?

Guias espirituais, divindades, demônios, anjos, deuses e deus. O que será tudo isso e, principalmente, porque parece que temos a necessidade de ficar criando essas coisas em nossas mentes? Porque essas coisas parecem tão reais?
Por que você não deve incorporar em casa?

Você é umbandista, espírita, candomblecista, xamanista ou qualquer coisa que faz contato com espíritos? Ou é magista e entra em contato com anjos, demônios, seres de outras dimensões?
Ou é só um curioso para saber o que está acontecendo?